quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FALANDO DE AMOR...


Falar de amor não é fácil, mas vamos tentar...

As relações afetivas têm sofrido transformações ao longo do tempo. Hoje buscamos uma relação baseada nos tempos modernos, onde exista alegria, prazer em estar juntos, respeito e acima de tudo individualidade. Uma relação sem dependência, sem que um responsabilize o outro por estar ou não bem ou feliz.

Sou da opinião que a felicidade depende de cada um. Aquela idéia de outra pessoa ser responsável por nossa felicidade que vem lá do romantismo - surgido nas últimas décadas do século XVIII – para mim, já está ultrapassada. Quem inventou a história de que somos uma metade, que precisa encontrar outra para formar um todo, estava totalmente por fora... Somos seres completos. Não precisamos de outra metade para nos sentir inteiros como prega o amor romântico que vemos nos livros de literatura.

Não sei se vocês conhecem ou já ouviram falar de pessoas que se descaracterizam quando estão em um relacionamento. Pessoas que se deixam simplesmente anular e abandonam suas personalidades, desejos, vontades e idéias para aderir ao que o outro é, faz ou deseja. Isso é amor? O amor não é querer fundir uma vida na outra. Isso pra mim tem o nome de fusão, junção ou associação, mas nunca chamaria essa relação de amor. O que está na “moda” hoje é a PARCERIA entre os casais. No lugar daquele amor por necessidade, para não estar só, procura-se de um amor por desejo, por gostar de estar na companhia do outro e não por precisar.

Certas pessoas sentem pavor em estar sozinhas, um medo irrefreável da solidão, mas vejo que as coisas estão mudando... Há uma tendência do ser humano a conviver melhor consigo mesmo e perceber que mesmo nos sentindo como “metades”, somos pessoas completas. Acho que até podemos chamar esse momento que estamos vivendo de ERA da INDIVIDUALIDADE... O que não tem nada a ver com o egoísmo puro e simples. O egoísta absorve a essência do outro, já o ser humano que exercita sua individualidade, quer alguém inteiro como ele para crescer juntos e construírem uma relação onde um não precise exigir nada do outro. Relações de dominação devem ficar no passado.

É bom estar sozinho(a) de vez em quando... Serve para rever nossos conceitos. São nos momentos de solidão que estabelecemos um diálogo com nós mesmos, que sentimos a força e o poder de superação que existe dentro de nós. Quando entramos em contato com nosso interior, percebemos que a felicidade, a tranqüilidade, a calma e a paz de espírito só podem ser realmente encontradas dentro de nós.

Duas metades podem formar até uma relação, mas acho que vai ser “capenga”. Porém, duas pessoas inteiras podem construir uma relação bem mais saudável, com respeito pelo ser amado e com prazer na companhia um do outro.

Sei que o amor às vezes mete medo... Medo por conta de nossa insegurança, medo de nos machucar, medo do amor acabar e ficarmos sós, etc. Mas e daí se o amor acabar?! Se acabar, bola pra frente! Não foi bom enquanto estavam juntos? Então pronto! É só deixar as lembranças tristes serem apagadas com o tempo e tocar a vida... Afinal como dizem por ai: “É pra frente que se anda!”.

Mas pensando bem, talvez nem seja o amor que acabe em si. Nós é que mudamos... Nossas necessidades, expectativas, atitudes e sonhos são substituídos por outros durante a vida, e com isso o que sentimos se transforma também... O amor não tem certificado de garantia, atestado de antecedentes criminais, muito menos comprovante de renda e residência, ele é apenas uma aliança entre duas pessoas que querem compartilhar uma vida enquanto der certo. E se durar para sempre, será uma agradável surpresa...

Como já disse um casal nunca será uma unidade. Aquele papo de dois em um só serve para eletro eletrônico, mas não para seres humanos. Um casal sempre será formado pela soma de individualidades que a partir de um encontro passam a compartilhar suas vidas. Muitas vezes quando estou numa festa, na praia, em barzinhos ou mesmo no cinema, fico me divertindo observando casais e imaginando como e onde se esbarraram por aí, onde suas individualidades se encontraram... Os encontros talvez nem sempre sejam perfeitos, mas certamente vão mudar a história um do outro... A história de "almas gêmeas" e regras para que um relacionamento dê certo para mim não existem. Cada casal vai estabelecer suas próprias regras e por isso os relacionamentos são exclusivos e fora de padrões.

Não existe uma receita para se construir um bom relacionamento. Cada par vai procurar construir sua própria felicidade a partir do dia a dia, da convivência e do amor que sentem um pelo outro. Ser feliz depende de cada um! Portanto seja feliz, pois o amor espera primeiro você ser feliz para só então aparecer!

O amor não marca hora, quando menos esperamos, ele aparece.

Beijos,
Patrícia Mena

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