sexta-feira, 30 de maio de 2014




Olá tudo bem com você?
Eu simplesmente adorei esse texto da Martha Medeiros!
E quando a gente chega a uma idade que temos maturidade, a felicidade surge!
Ser feliz é uma questão de escolha...
Espero que gostem!
Beijão!
Uma ótima leitura!

Patrícia Mena


35 anos para ser feliz
Martha Medeiros


Uma notinha instigante na Zero Hora de 30/09: foi realizado em Madri o Primeiro Congresso Internacional da Felicidade, e a conclusão dos congressistas foi que a felicidade só é alcançada depois dos 35 anos. Quem participou desse encontro? Psicólogos, sociólogos, artistas de circo? Não sei. Mas gostei do resultado.

A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes". É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quanto era lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonato de tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.

Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular, aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrar dezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aos sábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você? Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança.

Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barriga salienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-se no inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e ai de quem rir do seu sotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou do cheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonitee não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy. Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza com o cara.

Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão, casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossos defeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para a pele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura. Depois dos 35, conforme descobriram os participantes daquele congresso curioso, estamos mais aptos a dizer que infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Sai bem mais em conta.

Outubro de 1998


Texto extraído do livro "Trem-bala" de Martha Medeiros, L&PM Editores - Porto Alegre, 2002, pág. 147.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Quem está preparado para amar? - Sergio Savian


Quem está preparado para amar?

Vontade de amar todos nós temos, mas quem está realmente preparado para isto?

Antigamente não tínhamos muitas opções e por isto o grau de exigência era bem mais baixo. Éramos obrigados a estar dentro de um relacionamento, engolíamos muitos sapos, aceitávamos o destino de viver para sempre com uma pessoa, mesmo que a convivência fosse infernal.

Mas agora tudo mudou, ficamos mais conscientes de nós mesmos, queremos mais. Se antes o mais importante era o fato de estarmos comprometidos com alguém ou o tempo que durava o relacionamento, agora o que mais vale é a qualidade do encontro.

Questionamos as regras, a falta de liberdade, o jeito mecânico de se relacionar. Não queremos mais nos sentir prisioneiros de relacionamentos complicados. Descobrimos que o "felizes para sempre" era uma fraude. Na realidade havia muita angústia, repressão e frustração.

Os homens levavam e as mulheres eram levadas numa dança que está ficando para trás.

Hoje em dia é mais fácil ver mulheres bem mais determinadas que os homens. Elas se cuidam bem, ganham o seu dinheiro, sabem o que querem. Eles estão começando agora sua revolução de comportamento. Por isso há um desencontro, até que os dois lados acertem o passo novamente.

A sensualidade e a aparência se tornaram referências de vida para muita gente. E os que buscam o amor, aqueles que ainda querem um relacionamento com profundidade, não encontram condições para isto. A sensação é que virou loteria achar alguém que tope se envolver de verdade.

Agora o amor está mais livre do que nunca e para sobreviver ele exige coragem, autenticidade e criatividade. Além disso, é preciso que ele seja cuidado com extrema sensibilidade pelos amantes.

Mas quem está preparado para tanto? As pessoas tentam se encontrar, tentam se relacionar, mas estão bem desajeitadas. O seu repertório de comunicação e o jeito de proceder ainda estão bastante impregnados dos conceitos antigos, que não são compatíveis com o momento atual e anulam qualquer boa vontade para amar.

Foi pensando nisto que eu criei um trabalho para o aprimoramento da conquista e do relacionamento amoroso. Recebo muita gente que vem fazer uma boa reflexão, aprender novas formas de se relacionar, abrindo mão de comportamentos e atitudes que não funcionam mais, olhando para si e para o outro com mais senso de realidade, tudo isto sem perder o romantismo, que é sem dúvida nenhuma um ótimo tempero para a vida.

Por Sergio Savian , escrito em 22 de Agosto de 2005
E-mail: sergiosavian@mudancadehabito.com.br
Fonte: Guia do Lazer e turismo : www.guialazer.com.br

QUARTO - Emma Donoghue

QUARTO - Emma Donoghue


Um livro imperdível!

Jack vive em um quarto com a Mãe. O quarto é o mundo para ele. Isolados no quarto Jack não sabe: como a situação dos dois é complicada; que o quarto é o cativeiro; que sua mãe foi sequestrada pelo velho Nick sete anos atrás e desde então é abusada sexualmente; que o mundo da TV é real;  não sabe quanta vida existe além das paredes do quarto. Sua mãe criou um mundo feito pro Super Jack, fazendo com que ele passasse por isso da forma mais "agradável" possível, sem grandes traumas, mas Jack está crescendo e eles precisam sair dali de todo jeito, há muita vida lá fora. A mãe então começa a elaborar planos de fuga que dependerão de Jack para serem um sucesso. Será que Jack consegue? 

Imagine você com 5 anos, vivendo em um quarto, dormindo em um guarda-roupa e contando quantas vezes a cama rangeu antes de tudo ficar no completo silêncio. Apavorante? É né? Assim acontece quando o Velho Nick vai visitar a mãe de Jack todas as noites. 

Comecei a ter um carinho enorme pelo Jack, acho que do tamanho do quarto, do mundo dele, do espaço sideral...  A inocência de Jack faz a gente ficar perturbado, querendo "entrar" na história para ajudá-lo a resolver todas as situações... A leitura faz com que a gente torça para que o plano de fuga dê certo, para que o Velho Nick se dê muito mal, a gente sente a dor da mãe ao proteger o filho, a gente sente pena do Jack e torce para que ele consiga ajudar a mãe a fugir daquele quarto. 

A mãe é realmente "A Mãe", o amor dos dois é lindo e o dia a dia deles no quarto, as brincadeiras simples, as histórias que ela conta pra ele, toda a preocupação de não deixar que o filho sofra e não deixar que ele perceba a realidade apavorante que eles viviam, sem deixar o velho Nick tocar em um fio de cabelo do pequeno Jack, é incrível... 

QUARTO é o tipo de livro que você quer que todo mundo leia!!! É um livro para todos conhecerem, chorarem e se emocionarem com Jack e sua mãe. É uma linda história de amor.

É uma ficção narrada em primeira pessoa pelo próprio Jack, com toda a inteligência, perspicácia e lógica que pode ter um garotinho de cinco anos de idade. Emma Donoghue consegue prender o leitor intensamente, apesar de prevermos quase tudo o que vai acontecer. O livro trata de um tema adulto e pesado, mas que foi amenizado por ser contado através dos olhos de uma criança de 5 anos, Jack.

Fazia tempo que eu não lia um livro tão bom e que não me deixou parar até terminar a leitura! Li rápido e amei, pois, a história de Jack e sua mãe é de uma sensibilidade comovente, chocante, triste e alegre ao mesmo tempo e emocionante! Realmente é um livro maravilhoso e imperdível! 

Vale a pena ler! RECOMENDADÍSSIMO!!!!

RESUMO: 

"Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la. O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar."